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Campus Party: a importância de um evento de tecnologia

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A Campus Party, cuja terceira edição brasileira começa segunda-feira, tem tudo para se transformar no mais importante evento relacionado à internet no País.

É um tipo de evento necessário – temos muito o que discutir sobre todos os aspectos.

Nos meses anteriores à eleição que levou Barack Obama à Casa Branca, uma série de conferências ocorreu nos EUA. Ainda em 2007, a primeira foi a YearlyKos, promovida pelo blog político DailyKos.com, que reuniu os principais candidatos democratas à presidência.

Foi apenas a primeira dentre muitas conferências que culminarão, em maio, no encontro Gov 2.0 Expo, em Washington, inteiramente dedicado às mudanças provocadas pela internet na maneira como se governa.

Política não é o único assunto discutido. Desde 2007, o Instituto Aspen reúne anualmente, no Colorado, jornalistas de alta patente para o Focas, uma conferência inteiramente dedicada ao impacto da nova mídia na imprensa tradicional. Em San Francisco, a ONA é outro encontro, mais voltado para iniciativas do jornalismo online. O CM Summit, que ocorre duas vezes por ano, reúne quem é ligado ao negócio da publicidade online.

Não importa qual o assunto, os EUA vêm discutindo – e discutindo muito – o impacto das tecnologias digitais. Os fóruns são, na maioria das vezes, abertos, transmitidos em vídeo pela web.

Não temos coisa do tipo no Brasil. Mas a Campus Party tem o potencial de se transformar em raiz de algo assim. Já traz um espírito aberto, já atrai gente curiosa com a rede e, principalmente, já tem em seu modelo essa vontade de ampliar a conversa.

Basta ver a lista de eventos simultâneos. De palestras técnicas aos assuntos mais curiosos, há de tudo por lá. É um palco aberto. Pensadores importantes – caso do advogado americano Lawrence Lessig – serão trazidos.

Uma das coisas que mais chamou a atenção, na primeira edição da Campus Party, foi os gráficos de entrada e saída de dados. Num ambiente cheio de garotada com seus computadores à mão e banda larga numa velocidade que sequer existe para vender no mercado, se esperaria todo mundo baixando informação alucinadamente. Só que não. Mais dados foram enviados para a rede do que retirados dela. A infraestrutura favorece o compartilhamento.

Estamos entrando em ano eleitoral e, pela primeira vez, a internet será o principal veículo pelo qual os brasileiros irão se informar sobre política. Não há uma conferência específica para discutirmos como será. Mas, nessa semana que começa, nos debates oficiais e nas várias conversas de corredor, o assunto estará presente.

Assim como estarão presentes as questões essenciais para nossa liberdade online. Que leis queremos para a rede? O que deve ser proibido? O que é crime e como se pune?

A internet passa pelo futuro do Brasil. O evento que está começando hoje é mais do que uma festa. É o mais importante palco que temos para discutirmos estas questões essenciais.

Coluna publicada no Link em 25 de janeiro, 2010


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